segunda-feira, 22 de setembro de 2014

HOJE ACORDEI COM UMA COISA AQUI NO PEITO




 Parecida com saudade.
Mas vai saber o que é
de verdade.

né?

Existe um abismo enorme
entre







nós.

Contarei uma novidade!
Eu estou bem
porém,

meus versos
agora
são inversos
aos versos
teus.

Mas vê se te acalma 
rapaz
senta ai e relaxa,
que meu coração
é grande
e

v
a
s
t
o

demais.


Agora vou lhe contar um
segredo
Tu nunca descobrirá
.de fato.
para quem é
que eu escrevo.


Haha

terça-feira, 9 de setembro de 2014

OUVE DOR

Estou à deriva, e por Deus
nunca me senti tão viva.

Como em uma TV pifada, minha cabeça parece não funcionar muito bem. Alguns fios parecem estar soltos, não se encaixam. E começo a pensar que nunca estiveram, de fato, unidos e em perfeito funcionamento.
Acordei sem ar e com o pulmão cheio de lágrimas que eu não soube como derramar.
Admito que me surpreendi. Achei que seria mais difícil levantar da cama. Que meus pés não iriam reagir, que minhas mãos não encontrariam a maçaneta..
Mas levantei, e fui bem.
Encarei os prédios com os olhos de uma criança, como se os visse pela primeira vez. Tão altos, irregulares e sem cor.
Tive medo.
Andei o caminho do metrô, desci do ônibus e caminhei. Apenas caminhei, sem parar.
Lembrei do Cartola, porque realmente em cada esquina caia um pouco minha vida. Será mesmo que já não sou o que eu era?
Se nem sei o que fui, como posso achar que mudei...
odeio reticências
Mas algo mudou.
O céu já não tem a mesma cor. Parece mais azul do que sempre foi.
O ar é pesado, mas entra leve. Meus pés caminham indecisos.
Minha mente parece um triturador. Faz um barulho tão grande que não me deixa ouvir nada além dela mesma.
Ouço tudo e não escuto nada. Meu corpo  parece uma rocha e ainda assim me sinto como se estivesse derretendo ante tudo.
De fato, o efeito do ácido já deve ter passado, penso eu. Então percebo que minha mente funciona como uma droga pesada que entra em abstinência o tempo todo.
Penso que tudo acabou, e a relação destrutiva ainda continua fazendo alguma coisa aqui dentro do peito.
Sinto-me sonolenta mas não quero dormir.
O fruto da minha agonia é não sentir nada. Não saber de nada. Nem para onde devo ir.

E não fazem nem dois dias que o inferno aconteceu, e eu me iludo achando que o tempo passou firme.
Mas ainda falta tanto...
Tenho medo, e estaria mentindo se dissesse o contrário.
Não sei o que será amanhã, e nem depois. Queria mesmo não dormir.
Engraçado que antes era só o que eu queria. Deitar e não acordar, porque a realidade batia sem dó. 
Não quero mais dormir.
Quero ficar no estado de não ser no qual me encontro. Simplesmente não existo. Meu corpo é só uma carcaça. No entanto, pesada demais para o vento carregar e muito leve para ficar onde está.
Minha cabeça é um caos. E dos grandes.
Sou impulsiva, insistente. Meu coração se apresenta em todos os poros do meu corpo. Grande demais e tão cheia que nem eu mesma caibo.
Eu não tô cabendo em mim e essa cidade se tornou pequena. Preciso ir e meus pés já não estão presos no chão. 
Escreverei meu livro. Ficará bacana, eu espero.
Talvez esteja mesmo enlouquecendo. Já não sigo uma linha de raciocínio.
Quem sabe existam outras opções. 

Procurarei ajuda.

Voltarei a dançar. Encontrarei um novo amor, visto que amar eu já aprendi.
Preciso escrever uma carta para o Vinicius, e acho que jamais escreverei.
Meu melhor amigo disse que estou perdendo a razão e que isso pode ser destrutivo. Meu vizinho me entupiu de boas energias, meus tios me bateram folhas e fizeram um banho com um cheiro esquisito.
Você vai ficar bem. Eles disseram.
Fiquei.
Mas não sei o que fazer com tudo isso.
Sou agora como um livro em branco. Pronto para ser escrito. E ansioso para tal.
Quero preencher essas paginas em branco com novos nomes e sorrisos.
Tem vezes que meu coração dispara sem motivo. Quase sempre quando lembro do Ipiranga. Dispara e dói o peito.
Tiraram o pino da granada que eu sou. E parece que já explodi. Mas o estardalhaço foi tão grande que a fumaça grudou na minha pele.
Não morrerei. Já morri naquele prédio.
Morri e nasceu qualquer coisa aqui, que não ouso reconhecer. E é isso.
Tenham paciência, por favor.
Sou agora uma criança que precisa descobrir todas as maravilhas deste mundo outra vez. No momento estou aprendendo a andar. Não esperem que minhas palavras sejam compreensíveis. 
Preciso reaprender tanta coisa. Ter alguma coerência é difícil.
Afinal, aconteceu tanta coisa e estou só enlouquecendo.
Logo tudo fica bem

Escrevo e escrevo e não me vejo em nada. Perdão, mas estou um pouco vazia.
Uma hora explico melhor, quem sabe.